Casais disseram “sim” na segunda edição voltada para o público LGBTQIA+ 6u6x5q
A celebração da segunda edição do projeto Casamentos Comunitários para a população LGBTQIA+, realizada no último sábado (31/5), foi marcada pela emoção, respeito e pluralidade. O evento, que reuniu 28 casais, sendo 5 deles de cidades do interior, foi organizado pela Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial do Maranhão (COGEX) e pelo Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça, com o apoio da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA), local onde aconteceu a cerimônia, que foi transmitida pelo Canal do TJMA no YouTube.
O idealizador do projeto, desembargador Jorge Rachid, que representou o corregedor-geral do foro extrajudicial, desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos, destacou que o primeiro casamento coletivo foi realizado no Fórum de São Luís, em 1998. Ele lembrou dos números alcançados ao longo dos quase 27 anos da iniciativa social, agradeceu a magistratura e enalteceu o apoio das famílias em um momento importante na vida do casal. “Começamos com 250 e chegamos a realizar um casamento com 5 mil casais, na Praça Maria Aragão. Agradeço pelas presenças dos juízes, que se dedicam a este projeto de união e paz, que já alcança mais de 130 mil casais oficializados. Parabéns às famílias aqui presentes. Como é bonito este momento em família”, elogiou.
Juntas há três anos e casal mais jovem desta edição, Andressa Ferreira Oliveira (21) e Rafisa de França Sales (20) formaram, também, o primeiro casal a dizer o “sim”, durante celebração presidida pela juíza Elaile Carvalho, que é coordenadora do Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça. A magistrada ressaltou que o evento representa muito mais que uma formalização civil, mas um ato concreto de afirmação de direitos, de respeito às liberdades individuais e de promoção da cidadania. Segundo a juíza, o Casamento Comunitário LGBTQIA+ reafirma o compromisso do Judiciário com uma sociedade mais plural, democrática e inclusiva.
“Hoje celebramos o amor. O amor que começa, o amor que se fortalece, o amor que se reafirma. Entre os casais aqui presentes, há quem esteja iniciando uma nova etapa de vida conjugal, assumindo o compromisso de caminhar junto com esperança e cumplicidade. Há também quem já vive essa união há anos, mas que hoje recebe o reconhecimento formal e público do seu vínculo afetivo, com toda a dignidade que merece. Que esta cerimônia seja símbolo da possibilidade de um futuro em que o amor não precise mais de coragem para ser vivido, mas apenas de liberdade”, disse a magistrada.
Emocionadas, Andressa e Rafisa avaliaram positivamente a iniciativa do Poder Judiciário, ressaltando que é uma oportunidade de casais poderem oficializar a relação. Elas também falaram sobre as mudanças vindas com a união e deixaram uma mensagem de amor e otimismo. “Já esperávamos a oportunidade e fomos imediatamente para o cartório, quando vimos a postagem. A união muda tudo, reconhece o direito de exercer nossa união como casal. Isso é incrível e não tem porque ter preconceito. As pessoas são lindas, são feitas para amarem e serem amadas”, disse Rafisa.
Já o casal Sidney Silva Pereira do Vale e Augusto Cesar Pereira do Vale, juntos há 2 anos, falou da valorização e do respeito que sentiu durante a celebração. “A gente queria mesmo que fosse algo assim, para se sentir abraçado por toda a comunidade neste momento que sela o amor, a união e que oportuniza a garantia de direitos”, disse Augusto. “Coragem é a força de um relacionamento. É fazer e não ter medo de dar errado e se mostrar, porque todas as formas de amor vale a pena”, completou Sidney.
Também participaram da solenidade de abertura, o presidenta da AMMA, juiz Marco Adriano; o defensor público do Núcleo de Direitos Humanos da DPE, Pablo Sousa Carvalho; a procuradora-geral do Município de São Luís, Valdélia Campos Araújo; e a vice-presidente da Arpen-MA, Graciana Soares. Esta segunda edição também contou com o trabalho de 14 juízas e juízes convocados para oficializar cada um dos 28 casamentos na cerimônia coletiva.
Marcaram presença no evento, ainda, a vice-procuradora do MPT, Renata Dantas; representante da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-MA, Branda Trancoso; e do diretor-regional do Senac-MA, José Airton Lopes. Os trabalhos ficaram a cargo de Maria Antônia Santiago (2º Ofício de Santa Luzia do Paruá); Ana Caroline Terças (2º Ofício de Arari), Luciana Castelo Branco (2º Ofício de Santa Inês) e Harysson Cordeiro (substituto do 2º Ofício de Imperatriz).
A celebração teve o apoio da Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão, da Secretaria de Estado de istração Penitenciária, da Secretaria de Estado da Cultura, da Escola Superior da Magistratura do Maranhão, da Associação de Registradores de Pessoas Naturais do Maranhão, do Sindicato de Servidores da Justiça do Maranhão, empresa Montisol e Senac.
Fonte: TJMA